quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Os tipos de negócio que mais crescem hoje em dia

O seguinte artigo teve origem numa dúvida encaminhada por um leitor para a redação da EXAME.COM: Quais os tipos de startups que mais crescem atualmente?

http://exame.abril.com.br/pme/noticias/os-tipos-de-negocio-que-mais-crescem-hoje-em-dia

Editado por Mariana Desidério, de EXAME.com - Publicado em 28 de Agosto de 2016


São Paulo, 24 de agosto de 2016
Por Cristian Welsh Miguens – UAM para EXAME.com
Os tipos de negócio que mais crescem hoje em dia

A primeira coisa que surgiu na minha cabeça ao ler a pergunta do leitor foi: por que alguém deseja saber quais os tipos de startups que mais crescem?
Surgiram então diversos questionamentos: será que há diferentes “tipos” de startups? Será que o leitor na verdade deseja saber quais os tipos de negócios que mais atraem os empreendedores hoje em dia?
Ou talvez ele deseje saber que negócios são os que o público mais demanda nos dias de hoje e então estejam gerando o maior volume de receitas?
A verdade é que o Brasil não se destaca por produzir estatísticas confiáveis sobre negócios. Se você pesquisar no Google “startups que mais crescem no Brasil” encontrará muitos artigos, com dados genéricos e poucas séries estatísticas. Diante destas limitações, como responder ao leitor?
Pois bem, meu enfoque será sobre os produtos que, acredito, apresentam as maiores oportunidades para os empreendedores.
Vivemos a era da informação (ou do conhecimento) que, em termos de negócios, significa fornecer serviços. Sob o ponto de vista da rentabilidade, empresas do setor de serviços apresentam os maiores índices de rentabilidade se comparadas com as dos setores agrícola e industrial e também são as que crescem mais, e mais rápido.
Qualquer um que prestar atenção ao seu entorno perceberá que as pessoas esperam por receber mais e novos serviços. E quase todos os serviços novos oferecidos envolvem o uso de dados e informações em massa e de tecnologia da informação (TI).
Os exemplos mais notáveis são Easy Taxi, Uber, sites de comércio eletrônico, de reservas de passagens e hotéis, etc.
Quais as características destes negócios?
1) Geram novos modelos de negócio;
2) Não estão regulamentados, portanto geram uma grande inquietação nos governos, sindicatos etc., ou seja no “establishment”;
3) Crescem muito rápido, tanto em volume como em receitas;
4) Usam intensivamente a tecnologia de informação, especialmente as que envolvem os dispositivos “mobile”;
5) São colaborativos, ou seja, o cliente participa das soluções.
O exemplo mais típico é o do Uber e sua briga com os taxistas.
Enquanto acompanhava pela imprensa os diferentes episódios em São Paulo e outras cidades do mundo, comecei a perceber que era uma briga inútil. Isso porque, em pouco tempo, quando o carro sem motorista se tornar uma coisa corriqueira -- o que vai acontecer logo -- nenhum dos dois modelos de negócio vai sobreviver.
Ou seja, o modelo de negócio dos táxis existe desde que o automóvel substituiu a carroça, há mais ou menos cem anos. O modelo de negócio do Uber vai durar menos de dez anos. Será que os empreendedores estão compreendendo isto?
Outras consequências disruptivas decorrentes da disseminação desse tipo de serviço se espalham pela sociedade e deverão afetar profundamente o comportamento das pessoas.
Recorrendo ainda ao exemplo dos serviços que envolvem o transporte individual e os efeitos associados: vocês já imaginaram que, com o carro sem motorista, associado à disponibilidade quase instantânea de um automóvel na porta da sua casa por meio de um Uber ou um Easy Taxi ou similar ninguém mais vai querer possuir um carro?
Quem vai precisar de ter uma garagem em casa? Como isso vai afetar a construção civil? E os impactos sobre o transporte coletivo atual?
E na área da saúde? O que vai acontecer quando todo cidadão possuir num pen-drive ou na memória do seu celular o mapeamento do seu DNA?
A prevenção será a tônica deste setor. Como será que isso vai afetar o funcionamento e a demanda dos hospitais? E a dos laboratórios que produzem e desenvolvem medicamentos?
Esse é o mundo que as novas startups devem encarar. As oportunidades são inúmeras. Entretanto, os desafios também. O empreendedor deve lembrar que, seja qual for o seu novo modelo de negócios, ele será superado em cada vez menos tempo.
Se ele não for capaz de se reinventar acompanhando o ritmo da inovação, ele também será superado em curto espaço de tempo. O desconhecido chega até nós cada vez mais rápido.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Quanto tempo uma startup demora para dar lucro?

O seguinte artigo teve origen numa dúvida encaminhada por um leitor para a redação da EXAME.COM: Quanto tempo leva para que uma startup se torne altamente lucrativa?


http://exame.abril.com.br/pme/noticias/quanto-tempo-uma-startup-demora-para-dar-lucro

Editado por Mariana Desidério, de EXAME.com - Publicado em 28 de Agosto de 2016

São Paulo, 10 de agosto de 2016
Por Cristian Welsh Miguens – Univ. Anhembi Morumbi para EXAME.com

Uma semana ou 15 anos. Quem começa um empreendimento pensando apenas em ganhar dinheiro, vai fracassar.
Lucro é uma consequência. O foco deve estar no cliente e nas suas necessidades. Até grandes empresas se esquecem disto e acabam quebrando! Cada vez mais é necessário monitorar, ouvir, os clientes e as suas necessidades. Nas startups esta atividade, nos dias de hoje, deveria ser feita de forma permanente. Ou seja, os mecanismos de consulta e de troca de opiniões e sugestões com os clientes deveriam fazer parte do DNA da empresa, aproveitando-se para tanto todas as oportunidades que o acesso à TI nos fornece.
Dá para uma empresa sobreviver sem lucro? Claro que não. Mas quando o lucro vira um fim em si mesmo, logo a empresa deixará de colocar os seus clientes em primeiro lugar e perderá então, talvez pouco a pouco, outras vezes mais rápido, a sua utilidade. E os clientes perceberão isto e a abandonarão.
Isto quer dizer que não adianta apenas querer entregar aos meus potenciais clientes o que eles desejam. Ser empresário, escolher ser empresário, significa desenvolver competências que permitam faze-lo permitindo que a empresa sobreviva. Explicado de outra forma, todos os dias a empresa deve vencer o desafio de convencer os seus clientes de que ela é útil não apenas porque entrega o produto ou serviço desejado pelos clientes, mas porque o faz em condições melhores que a dos seus potenciais concorrentes e porque o faz em condições que lhe permitem sobreviver.
Fazer isto requer ambição. Esta mesma ambição é que impulsiona os atletas a constantemente procurar melhorar o seu desempenho. A ambição do atleta que o motiva e o conduz à auto superação só é possível porque tem pares competidores que o desafiam todo dia gerando uma cumplicidade que não impede a competição. Assim deveriam agir os empresários entre si. Esta ambição, no mundo dos negócios, é a lucratividade das empresas. O lucro é a recompensa por um trabalho bem feito.
Quanto tempo vai demorar em tornar a empresa lucrativa? Depende da sua ambição. Depende de como desenvolve seus produtos e serviços de forma a atender necessidades ou resolver problemas dos seus potenciais clientes. Depende das próprias competências de poder entregar isto em condições de poder sobreviver. E finalmente depende em como ele consegue comunicar-se com os seus potenciais clientes de forma a que eles percebam a utilidade da empresa.
O melhor conselho com relação ao ritmo de crescimento é: comece pequeno (de forma a limitar o risco e poder compreender melhor os seus potenciais clientes), pense grande (seja ambicioso o suficiente para acreditar que pode fazer a diferença) e cresça rápido (hoje em dia é muito fácil ser copiado – faz parte das competências que devem estar presentes nas startups é ser capaz de expandir-se rapidamente para poder sobreviver).
As dificuldades são enormes e os sacrifícios pessoais a que o empresário se submete, por vezes poderão parecer insuportáveis. O único alento que tal vez eu possa deixar aqui é a seguinte frase: o que se obtém fácil se perde fácil; o que é difícil de ser atingido, uma vez atingido, nos fornece um prazer insuperável: a sensação do dever cumprido.

Envie suas dúvidas sobre startups para pme-exame@abril.com.br.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

O que é uma Startup?

O seguinte artigo teve origen numa dúvida encaminhada por um leitor para a redação da EXAME.COM


Editado por Mariana Desidério, de EXAME.com - Publicado em 28 de Agosto de 2016

São Paulo, 08 de julho de 2016
Por Cristian Welsh Miguens – Univ. Anhembi Morumbi para EXAME.com

Um empreendimento de doces pode ser considerado uma startup?
Quando ouvimos falar o termo “startup” imediatamente nosso cérebro nos leva a imaginar uma empresa de alta tecnologia ou de internet. É isso mesmo?
A importância de esclarecer o que significa o termo startup não é acadêmica. Não se trata de uma questão de se está certo ou errado. É apenas uma forma de estabelecer um entendimento comum sobre o significado de uma palavra que constantemente aparece na imprensa de negócios e nas faculdades. Como não tenho forma imediata de interagir com você, leitor, tudo o que vou dizer daqui em diante sobre startup tem apenas como objetivo: que você saiba o que eu interpreto seja uma startup. Desde já antecipo que há pessoas que poderão não concordar.
Uma startup é uma empresa ou um negócio que está começando. Qualquer tipo de negócio, formal ou informal, de pequeno, médio ou grande porte. A característica básica é a de que uma pessoa ou grupo de pessoas, os fundadores da startup,  acreditam possuir uma ideia sobre como atender determinadas necessidades ou resolver algum problema de outras pessoas ou grupo de pessoas, seus potenciais clientes. A forma de fazer isto é oferecendo um produto e/ou serviço que eles consideram que poderão fornecer em condições tais que permitirá que a startup tenha lucro e lhes permita ganhar a vida cuidando do desenvolvimento desta empresa. Então, um empreendimento de doces pode sim ser considerado uma startup.
Porque as startups são motivo de atenção permanente? Não é apenas porque muitas pessoas desejam ter seu próprio negócio, o que, diga-se de passagem, é verdade. Ou porque estamos numa época de enormes e rápidas mudanças que oferecem oportunidades como nunca antes tínhamos visto, o que também é verdade. A questão principal envolvendo as startups é a de que só uma minoria de todos os novos empreendimentos sobrevive ao seu quinto aniversário. Ou seja, em torno de 80% das startups terão quebrado antes de completar 5 anos de vida. É o que as estatísticas revelam.
Diante deste fato, costumam aparecer duas perguntas: por que? e o que é que fazem de diferente aqueles que sobrevivem? Não são as perguntas certas a se fazer. Quem espera uma resposta a estas perguntas, consciente ou inconscientemente acredita que exista uma fórmula mágica que, se aplicada corretamente, garanta o sucesso. Nos negócios, nada é garantido. O que é possível é adotar algumas medidas que poderão aumentar as chances de dar certo. Entretanto, antes de entrarmos nessa trilha, a de sugerir mecanismos que possam aumentar as chances de sucesso, gostaria de deixar uma expressão para refletir sobre o que seja uma startup, nas palavras do Steve Blank:
Uma Startup não é uma versão menor de uma empresa grande. É uma série de hipóteses não testadas e que precisam de validação dos clientes. Trata-se de uma organização temporária em busca de um modelo de negócio escalável, repetível e lucrativo.

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Sócio Diretor da IRON Consultoria