segunda-feira, 14 de março de 2016

Inovação e a Eficácia da Função Empresarial

Cristian Welsh Miguens, CMC e Eduardo Rocha, CMC
São Paulo, 14 de março de 2016

Todo ser humano que vive em sociedade desempenha ao menos dois papéis como agente econômico, o de produtor e o do consumidor. Em ambas as situações ele exerce o que conceituamos de Função Empresarial.
Compreender este conceito é essencial para compreendermos que as empresas devem modificar urgentemente o seu comportamento se quiserem sobreviver. Para tanto devem inovar permanentemente, única saída para atender às necessidades dos consumidores, seus clientes.
Entendemos que o exercício da função empresarial acontece quando qualquer pessoa atua modificando o presente para conseguir os seus objetivos no futuro. Em suma, empresa é sinônimo de ação e atitude empreendedora que consiste em continuamente tentar procurar, descobrir ou criar novos fins e meios ou basicamente em descobrir e avaliar as oportunidades de conseguir algum benefício ou lucro levando em conta as circunstâncias do seu meio ambiente, agindo de modo a aproveitá-las.
Quer dizer que nós agimos sempre como empresários e que este termo não fica restrito apenas àqueles que são proprietários de uma empresa. Agimos desta forma tanto como produtores quanto como consumidores.
Toda vez que se descobrem ou criam novos meios e/ou fins há uma modificação do conhecimento do empresário, que passa a possuir uma nova informação que antes não tinha.
A tecnologia, especialmente a tecnologia de informação e o seu produto mais valioso, a internet, disseminam esta informação de forma quase instantânea.
Como consumidores, nos dias de hoje, possuímos muita mais informação para tomar as nossas decisões de compra. Com mais opções, as nossas necessidades são alteradas constantemente.
Como produtores somos obrigados a tentar descobrir as necessidades de cada um dos nossos potenciais clientes. A tecnologia hoje nos permite isso, fundamentalmente por meio das redes sociais.
O que era um desejo torna-se uma obrigação.
O ser humano tende a descobrir a informação que lhe interessa e, se existir liberdade quanto à consecução de fins e interesses, tornará possível a quem exerce a função empresarial perceber e descobrir continuamente a informação prática relevante que é necessária para alcançar os fins propostos.
Portanto, para que este mecanismo funcione em benefício da sociedade, deve ser evitado qualquer tipo de restrição institucional ao exercício da função empresarial. Quem tem poder para criar estas restrições são os governos, mas também os executivos e dirigentes de organizações privadas, aqueles que chamamos de gestores.
É quase unânime a constatação que a qualidade da gestão das empresas Brasileiras atualmente deixa muito a desejar.
Peter Drucker, Gary Hamel e Prahalad, entre outros autores e acadêmicos, sugerem há tempos que da forma pela qual os instrumentos de gestão tradicionais são geralmente utilizados, estes mesmos instrumentos podem tornar-se restrições institucionais que impedem o livre exercício da função empresarial dos seus colaboradores.
Recomendamos então ao empresário refletir sobre seus instrumentos de gestão, para que se gerem as condições necessárias à inovação confiando mais na capacidade criativa dos seus talentos.

NOTA DO AUTOR: Alguns Trechos deste artigo são reprodução de texto do livro “A Escola Austriaca – Jesus Huerta de Soto - Instituto Ludwig Von Mises Brasil – 2010”.

Cristian Welsh Migens, CMC é ex-Presidente e atual Vice Presidente do IBCO – Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização, Sócio da IRON Consultoria, Instrutor do Curso de Desenvolvimento de Competências em Consultoria de Organização do IBCO e Professor de Estratégia Empresarial, Empreendedorismo, Diagnóstico e Consultoria Empresarial e Gestão Internacional de Negócios nos cursos de Administração e de Marketing na Escola de Negócios da Universidade Anhembi Morumbi. 
https://about.me/criswelmig

Eduardo Rocha, CMC é Conselheiro vitalício e ex-Presidente do IBCO – Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização, Sócio da DSG – Eduardo Rocha & Associados, Instrutor do Curso de Desenvolvimento de Competências em Consultoria de Organização do IBCO e Coach.

Sócio Diretor da IRON Consultoria