Certificações Profissionais - Agosto 2013
No atual mercado de trabalho as organizações e eventualmente clientes
procuram profissionais que demonstrem possuir determinadas competências. Há uma
valorização do denominado capital intelectual visto que o sucesso de muitas
organizações depende cada vez mais de contar entre os seus colaboradores com
profissionais de alto desempenho e consequentemente que possuam qualificações
específicas e que se integrem a equipes de trabalho de alto desempenho também.
Nestes casos as certificações profissionais passam a ser uma forma de
identificar profissionais com as características e qualificações desejadas.
Desta forma, a certificação torna-se um fator de diferenciação
competitiva tanto para os profissionais que concorrem no mercado de trabalho
quanto para as próprias organizações – e eventualmente para os profissionais
autônomos – que concorrem num determinado mercado, ao distinguir-se por possuir
profissionais devidamente qualificados, tornando-se também em mais um elemento
do componente de marketing e divulgação a ser explorado, especialmente em áreas
de serviços.
Algumas características do mundo moderno geraram maior demanda pelas
certificações profissionais. Até alguns poucos anos atrás as pessoas procuravam
diferenciar-se, e as empresas demandavam, apenas graduação e pós-graduação dos
seus profissionais, nitidamente os MBAs, que se tornaram extremamente populares
como elemento de prova de qualificação profissional. Na medida em que as
instituições de ensino não conseguem acompanhar o ritmo das mudanças, estes
programas ficam defasados com relação ao conhecimento e ao desenvolvimento de
competências “state of the art”. Ganham importância então as certificações.
A certificação profissional começou a adquirir relevância a nível
mundial já na década de 70 e desde então cresce em ritmo acelerado.
Inicialmente nas áreas de processo onde tal vez a mais antiga delas e
provavelmente a mais reconhecida seja a fornecida pelo PMI (Project Management
Institute). Mas com os escândalos da ENRON e da WORLDCOM em início dos anos
2000 e a crescente regulamentação dos setores contábil e financeiro, surgem
certificações profissionais cada vez mais procuradas para os profissionais que
se desempenham nessas áreas.
Pela sua importância crescente vale a pena mencionar as certificações
para os profissionais de Recursos Humanos em que há várias especializações
certificadas por diversas entidades. No Brasil a ABRH está nas etapas finais de
desenvolvimento para iniciar processos de certificação em parceria com algumas
organizações internacionais tal como a certificação GPHR da Society for Human
Resource Management (SHRM).
Nas áreas técnicas, especialmente na área de TI, há certificações
específicas, como a dos profissionais de desenvolvimento de sistemas e software
e as oferecidas pela MICROSOFT, pela CISCO e pela ORACLE, a título de exemplo.
Todas elas procuram identificar os seus possuidores como especialistas em uma
determinada área de TI e dos seus aplicativos.
As Certificações inicialmente se desenvolveram sobre modelos com base em
Corpos de Conhecimento da profissão e evoluem em geral para Modelos de
Competências ou seja, conhecimento + habilidades + ação (CHA – sumariamente,
não adianta o conhecimento pelo conhecimento, e possuir uma determinada
habilidade se não usadas profissionalmente para gerar riqueza).
Portanto, na minha opinião, se tiver que destacar as características que
tornam uma certificação profissional valiosa tanto para quem a possui como para
quem a consome (organizações e clientes) destacaria os seguintes elementos:
- uma entidade profissional com credibilidade no mercado, que seja
reconhecida como representativa daquela atividade profissional específica, que desenvolva um corpo de conhecimentos e/ou
um modelo de competências;
- um processo de certificação transparente, portanto conhecido pelo
mercado, que demonstre claramente os elementos de prova que deverão ser
produzidos pelos candidatos e o mecanismo e os critérios de avaliação dos
mesmos, assim como a periodicidade com que os candidatos deverão ter que
submeter-se a novas avaliações para garantir continuarem a possuir as
competências atestadas pelo certificado;
- uma revisão e atualização periódicas tanto dos corpos de conhecimento
e modelos de competências quanto do processo de certificação;
- uma entidade certificadora independente que administrará o processo de
certificação.
Três elementos são tidos quase como obrigatórios dentro dos processos de
certificação modernos:
- comprovação de aderência a um determinado código de conduta ou código
de ética;
- comprovação de educação continuada;
- ter reconhecimento global ou seja, que tanto os corpos de conhecimento
quanto os modelos de competência foram desenvolvidos e são reconhecidos como
válidos por entidades de abrangência supra-nacional e que os processos de
certificação e as entidades certificadoras gerarão certificações reconhecidas
em qualquer lugar do planeta.
Não posso deixar de mencionar a certificação CMC – Certified Management
Consultant (http://www.ibco.org.br/certificacao-icmci/cmc/o-que-e-ser-um-cmc.html ) que tem
por objetivo identificar os Consultores de Organização (Management Consultants)
profissionais. A entidade que desenvolveu os corpos de conhecimento (CBK - http://www.ibco.org.br/certificacao-icmci/cmc/the-common-body.html ) e o
Modelo de Competências (http://www.ibco.org.br/certificacao-icmci/cmc/modelo-de-competencias.html ) assim
como o processo de certificação é o ICMCI – The International Council of
Management Consulting Institutes (http://www.ibco.org.br/certificacao-icmci/o-que-e-o-icmci.html e www.icmci.com ) que
congrega as associações representativas dos Consultores de Organização de cada
país e que conta com 50 países sendo representados na atualidade. São mais de
10.000 profissionais certificados que formam uma ampla rede de relacionamento e
colaboração supra-nacional e que se reúnem anualmente em um Congresso
internacional que este ano acontecerá em Johannesburg, Africa do Sul. É
reconhecida pelas Nações Unidas como órgão consultivo pela ação realizada na
busca do desenvolvimento sócio-econômico das economias dos seus países membros.
O IBCO é a instituição membro representante do
Brasil desde 2002 e órgão certificador. A cada 3 anos passa por auditoria
quanto aos seus métodos e processos de filiação e de certificação de
consultores de organização e de empresas de consultoria.