segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Certificações Profissionais

Certificações Profissionais - Agosto 2013


No atual mercado de trabalho as organizações e eventualmente clientes procuram profissionais que demonstrem possuir determinadas competências. Há uma valorização do denominado capital intelectual visto que o sucesso de muitas organizações depende cada vez mais de contar entre os seus colaboradores com profissionais de alto desempenho e consequentemente que possuam qualificações específicas e que se integrem a equipes de trabalho de alto desempenho também. Nestes casos as certificações profissionais passam a ser uma forma de identificar profissionais com as características e qualificações desejadas.
Desta forma, a certificação torna-se um fator de diferenciação competitiva tanto para os profissionais que concorrem no mercado de trabalho quanto para as próprias organizações – e eventualmente para os profissionais autônomos – que concorrem num determinado mercado, ao distinguir-se por possuir profissionais devidamente qualificados, tornando-se também em mais um elemento do componente de marketing e divulgação a ser explorado, especialmente em áreas de serviços.
Algumas características do mundo moderno geraram maior demanda pelas certificações profissionais. Até alguns poucos anos atrás as pessoas procuravam diferenciar-se, e as empresas demandavam, apenas graduação e pós-graduação dos seus profissionais, nitidamente os MBAs, que se tornaram extremamente populares como elemento de prova de qualificação profissional. Na medida em que as instituições de ensino não conseguem acompanhar o ritmo das mudanças, estes programas ficam defasados com relação ao conhecimento e ao desenvolvimento de competências “state of the art”. Ganham importância então as certificações.
A certificação profissional começou a adquirir relevância a nível mundial já na década de 70 e desde então cresce em ritmo acelerado. Inicialmente nas áreas de processo onde tal vez a mais antiga delas e provavelmente a mais reconhecida seja a fornecida pelo PMI (Project Management Institute). Mas com os escândalos da ENRON e da WORLDCOM em início dos anos 2000 e a crescente regulamentação dos setores contábil e financeiro, surgem certificações profissionais cada vez mais procuradas para os profissionais que se desempenham nessas áreas.
Pela sua importância crescente vale a pena mencionar as certificações para os profissionais de Recursos Humanos em que há várias especializações certificadas por diversas entidades. No Brasil a ABRH está nas etapas finais de desenvolvimento para iniciar processos de certificação em parceria com algumas organizações internacionais tal como a certificação GPHR da Society for Human Resource Management (SHRM).
Nas áreas técnicas, especialmente na área de TI, há certificações específicas, como a dos profissionais de desenvolvimento de sistemas e software e as oferecidas pela MICROSOFT, pela CISCO e pela ORACLE, a título de exemplo. Todas elas procuram identificar os seus possuidores como especialistas em uma determinada área de TI e dos seus aplicativos.
As Certificações inicialmente se desenvolveram sobre modelos com base em Corpos de Conhecimento da profissão e evoluem em geral para Modelos de Competências ou seja, conhecimento + habilidades + ação (CHA – sumariamente, não adianta o conhecimento pelo conhecimento, e possuir uma determinada habilidade se não usadas profissionalmente para gerar riqueza).
Portanto, na minha opinião, se tiver que destacar as características que tornam uma certificação profissional valiosa tanto para quem a possui como para quem a consome (organizações e clientes) destacaria os seguintes elementos:
- uma entidade profissional com credibilidade no mercado, que seja reconhecida como representativa daquela atividade profissional específica,  que desenvolva um corpo de conhecimentos e/ou um modelo de competências;
- um processo de certificação transparente, portanto conhecido pelo mercado, que demonstre claramente os elementos de prova que deverão ser produzidos pelos candidatos e o mecanismo e os critérios de avaliação dos mesmos, assim como a periodicidade com que os candidatos deverão ter que submeter-se a novas avaliações para garantir continuarem a possuir as competências atestadas pelo certificado;
- uma revisão e atualização periódicas tanto dos corpos de conhecimento e modelos de competências quanto do processo de certificação;
- uma entidade certificadora independente que administrará o processo de certificação.

Três elementos são tidos quase como obrigatórios dentro dos processos de certificação modernos:
- comprovação de aderência a um determinado código de conduta ou código de ética;
- comprovação de educação continuada;
- ter reconhecimento global ou seja, que tanto os corpos de conhecimento quanto os modelos de competência foram desenvolvidos e são reconhecidos como válidos por entidades de abrangência supra-nacional e que os processos de certificação e as entidades certificadoras gerarão certificações reconhecidas em qualquer lugar do planeta.
Não posso deixar de mencionar a certificação CMC – Certified Management Consultant (http://www.ibco.org.br/certificacao-icmci/cmc/o-que-e-ser-um-cmc.html ) que tem por objetivo identificar os Consultores de Organização (Management Consultants) profissionais. A entidade que desenvolveu os corpos de conhecimento (CBK - http://www.ibco.org.br/certificacao-icmci/cmc/the-common-body.html ) e o Modelo de Competências (http://www.ibco.org.br/certificacao-icmci/cmc/modelo-de-competencias.html ) assim como o processo de certificação é o ICMCI – The International Council of Management Consulting Institutes (http://www.ibco.org.br/certificacao-icmci/o-que-e-o-icmci.html  e www.icmci.com ) que congrega as associações representativas dos Consultores de Organização de cada país e que conta com 50 países sendo representados na atualidade. São mais de 10.000 profissionais certificados que formam uma ampla rede de relacionamento e colaboração supra-nacional e que se reúnem anualmente em um Congresso internacional que este ano acontecerá em Johannesburg, Africa do Sul. É reconhecida pelas Nações Unidas como órgão consultivo pela ação realizada na busca do desenvolvimento sócio-econômico das economias dos seus países membros.
 O IBCO é a instituição membro representante do Brasil desde 2002 e órgão certificador. A cada 3 anos passa por auditoria quanto aos seus métodos e processos de filiação e de certificação de consultores de organização e de empresas de consultoria.

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Sócio Diretor da IRON Consultoria